quarta-feira, 25 de julho de 2012


Ide, pois, ensinai a todas as gentes

                                                                             *Pe. David Francisquini

Com a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos no Cenáculo cumpriu-se o que Cristo lhes havia prometido antes de sua despedida.  Os frutos da Redenção alcançaram o efeito pleno nas almas daqueles que seriam a coluna e o fundamento da  religião instituída pelo Divino Mestre. Naquele instante nasceu a Santa Igreja.
O pequeno núcleo – cerca de 120 pessoas – acabava de ser regenerado pelo batismo de fogo do Divino Espírito Santo; as trevas que até há pouco grassavam na mente deles deram lugar à luz divina; revigoradas por aquele lenitivo celeste, as debilidades foram substituídas pela coragem heróica, pois afinal, “tudo posso naquele que me conforta”.
Ornados das mais resplandecentes virtudes, os Apóstolos compreenderam os ensinamentos e a missão do Divino Mestre e Senhor, e passaram a propagar o Evangelho em todo orbe terrestre. Sem estudos, eles tinham recebido não apenas o conhecimento, mas também o dom das línguas para que pudessem viver e se comunicar com povos estranhos.
No dia de Pentecostes, a Igreja aparece resplandecente diante dos olhos da multidão como a verdadeira Esposa de Cristo, a abrigar todos  os povos que recebem o batismo, pois “todo poder me foi dado no Céu e na Terra. Ide, pois, ensinai a todas as gentes, batizando em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que  vos mandei”.
Como o Pai e o Filho, o Espírito Santo também é Deus. Ele possui a mesma natureza Divina, o mesmo poder e a mesma sabedoria, além de ser igualmente eterno. Como corpo místico de Cristo, a Igreja é o instrumento para o Espírito Santo renovar a face da Terra; é Mestra para ensinar uma doutrina santa e sem mácula; só Ela é capaz de administrar a graça através dos sacramentos; além de cumprir a missão de afastar os povos do erro e da idolatria e, assim, mostrar o verdadeiro caminho  que conduz as almas ao Céu.
O Espírito Santo está para a Igreja como a alma para o corpo. Cristo é a cabeça desse corpo místico que é a Santa Igreja; o Espírito Santo, a alma. Compete a Ele vivificar este corpo ao lhe comunicar as graças conquistadas pela paixão e morte de Cristo. Assim, a Igreja cumpre a sua missão através da história ao assistir e sustentar as almas, e, mediante essa ação permanente impede que as portas do inferno prevaleçam contra Ela.
No altar, com a renovação do santo sacrifício da cruz, a ação do Espírito Santo age diretamente sobre as almas proporcionando-lhes o alimento dos céus, a Eucaristia; no confessionário,  oferece-lhes o perdão dos pecados; no púlpito, ensina-lhes a palavra de Deus, pois o sacerdote é a ferramenta sagrada que o Espírito Santo se utiliza para efetivar sua missão junto àqueles que receberam o batismo.